Para obter as previsões mais recentes sobre os impactos econômicos causados pela pandemia do coronavírus, consulte a plataforma de rastreamento de Respostas Políticas para COVID-19 do FMI para as principais respostas econômicas dos governos.
Sendo o 12º entre os países com maior poder econômico do mundo e o 4º na Ásia em 2023, a Coreia do Sul ficou famosa por seu crescimento espetacular de um dos países mais pobres do mundo para um país desenvolvido com alta renda em apenas uma geração. Durante a crise financeira de 2007 a 2008, o país manteve uma economia estável e até mesmo experimentou um crescimento econômico durante o pico da crise. No entanto, a economia sul-coreana entrou em seu pior período de crescimento anual em mais de meio século em 2020, prejudicado pela desaceleração econômica da China e pelas incertezas sobre a guerra comercial entre Pequim e Washington e os efeitos globais da pandemia de COVID-19. O investimento estagnado e o fracasso em espalhar o "boom" do setor de chips para outras indústrias limitaram o crescimento econômico a cerca de 2,2% em 2019, após ter caído -0,9% em 2020, retomando a uma taxa de 4,1% em 2021 e de 26,6% em 2022. De acordo com as últimas projeções do FMI, de outubro de 2022, espera-se que as projeções de crescimento do PIB alcance 2% em 2023.
Graças aos pacotes de estímulo, as finanças públicas permaneceram estáveis em 2021 e 2022. O superávit orçamentário diminuiu de 0,5% do PIB em 2019 para -1,5% do PIB em 2020, mas retornou para +0,5% do PIB em 2021 e -1,6% em 2022. O FMI espera que a déficit fiscal permaneça em +0,3% em 2023 e +0,4% em 2024. A dívida pública deve aumentou para uma taxa estimada de 51,3% do PIB em 2021 e 54,1% em 2022, e espera-se que cresça nos próximos anos a 54,4% em 2023 e 55,2% em 2024 (FMI, outubro de 2022). Já a inflação está projetada para manter-se em 3,8% em 2023, comparada com 5,5% em 2022 e 2,5% em 2021. Desde 2020, o governo tem trabalhado pesado para impulsionar a economia por meio de gastos fiscais expancionistas e, como resultado, os dados de desemprego mostraram uma melhora no quesito de número de empregos e situação empregatícia. Foram concluídas medidas estruturais para inovação industrial, que abrangem os planos de reestruturação de manufatura e serviços, desenvolvimento das novas indústrias de dados, redes e IA, além de promoverem as três novas indústrias promissoras de um sistema de chip, bio-saúde e futuros carros. O governo também trabalhou para um segundo "boom" de empreendimentos, forte apoio ao emprego e redes de segurança social, o que levou a melhores indicadores de distribuição e medidas suplementares para ajudar a jornada de 52 horas semanais. No entanto, o setor privado ainda não se recuperou, assim como o potencial de crescimento do país.
Em 2022, as exportações da Coreia do Sul aumentaram 61,% enquanto as importações cresceram 18,9%. Entretanto, o déficit comercial foi de 4,7 bilhões de dólares em dezembro, resultando no primeiro déficit anual desde a crise financeira global, já que os preços elevados do petróleo atingiram muitas nações dependentes do comércio. As exportações da Coreia do Sul continuaram a cair no início de 2023, em um sinal de arrefecimento da demanda global à medida que as taxas de juros mais altas pesam sobre o consumo (Bloomberg, 2023).
A Coreia do Sul tem experimentado um sucesso marcante ao combinar um crescimento economico rápido com reduções significativas da pobreza. A renda per capita aumentou de 100 dólares, em 1963, para mais de 42.500 dólares em 2022 (FMI, outubro de 2022). Embora a taxa de desemprego tenha um registro significativamente baixo de 3% em 2022 (FMI, outubro de 2023), o número de trabalhadores irregulares é muito alto, as desigualdades sociais não param de crescer e os laços sociais estão se deteriorando. O governo está encontrando dificuldades para reverter o desemprego, mesmo depois de usar 400 milhões de dólares de orçamento extra, o qual foi revertido principalmente para projetos de criação de empregos e fundos de pensão para investir mais em ações de pequena capitalização da Kosdaq para impulsionar a inovação. A médio e longo prazo, Coreia do Sul gastará mais preparando medidas para combater a baixa taxa de natalidade, a pobreza dos idosos e o baixo nível empregatício entre as mulheres. O FMI espera, contudo, que a taxa de desemprego continue sendo levemente afetada pelo impacto negativo provocado pela pandemia do COVID-19, estando estimada, atualmente, em uma queda de 3,4% em 2023.
A Coreia do Sul se recuperou bem da pandemia, uma prova de seus fortes fundamentos econômicos e respostas políticas apropriadas. A produção econômica superou os níveis pré-crise, apesar das múltiplas ondas de infecção. Os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções relacionadas exacerbaram as preocupações sobre os riscos de estagflação. Especificamente, o aumento dos preços das commodities, principalmente da energia, tem alimentado as pressões inflacionárias, mesmo que o impacto adverso da guerra nos parceiros comerciais e os recentes desenvolvimentos na China possam pesar significativamente na atividade econômica da Coreia (FMI, 2023). Em 2023, o desafio mais imediato do país será navegar no contexto internacional volátil, enfrentando grandes desafios em um cenário de persistentes balanços econômicos e de saúde de uma pandemia global e uma guerra na Europa, uma crise de custo de vida causada por persistentes e o aumento das pressões inflacionárias e a desaceleração da China.
Indicadores de crescimento | 2022 | 2023 (E) | 2024 (E) | 2025 (E) | 2026 (E) |
PIB (bilhões de USD) | 1.673,92 | 1.709,23 | 1.784,81 | 1.873,34 | 1.957,35 |
PIB (crescimento anual em %, preço constante) | 2,6 | 1,4 | 2,2 | 2,3 | 2,2 |
PIB per capita (USD) | 32.418 | 33.147 | 34.653 | 36.407 | 38.077 |
Saldo do Balanço de Pagamentos (em % do PIB) | -1,7 | -1,1 | -0,8 | -0,2 | -0,1 |
Dívida Pública (em % do PIB) | 53,8 | 54,3 | 55,6 | 56,5 | 57,1 |
Índice de inflação (%) | n/a | 3,4 | 2,3 | 2,0 | 2,0 |
Taxa de desemprego (% da população economicamente ativa) | 2,9 | 2,7 | 3,2 | 3,3 | 3,2 |
Balanço das transações correntes (bilhões de USD) | 29,83 | 22,76 | 30,58 | 36,80 | 48,89 |
Balanço das transações correntes (em % do PIB) | 1,8 | 1,3 | 1,7 | 2,0 | 2,5 |
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database, October 2021
A Coreia do Sul tem experimentado uma das maiores transformações econômicas nos últimos 60 anos. Dado seu tamanho geográfico limitado, os recursos naturais insuficientes e o tamanho da população (uma força de trabalho de mais de 28.,4 milhões de pessoas de sua população de 51,28 milhões), o país tem dedicado uma atenção especial para o desenvolvimento de tecnologia e à inovação para promover o crescimento, passando de uma nação agrícola predominantemente rural a um país urbano industrializado. A indústria representou 32,4% do PIB e empregou 25% da força de trabalho em 2022 (Banco Mundial, 2023). As principais indústrias incluem a têxtil, aço, fabricação de automóveis, construção naval e eletrônica. A Coreia do Sul é o maior produtor mundial de semicondutores.
O setor agrícola na Coreia do Sul representa apenas uma fatia negligenciável do PIB do país (1,8%) e emprega somente 4,8% da população em 2021 (Banco Mundial, 2023). O arroz é o principal cultivo agrícola, embora a cevada, o trigo, o milho, a soja e o sorgo também sejam cultivados de modo extensivo. A pecuária constitui também uma atividade em grande escala. Menos de 1/4 da terra é cultivada. Os recursos minerais da Coreia do Sul se limitam ao ouro e à prata.
O setor de serviços é o maior e o setor econômico mais rápido, corresponde a 57% do PIB e emprega quase 70,2% da população ativa (Banco Mundial, 2023), especialamente lojas de departamentos, cadeias de lojas e supermercados. O turismo é um dos setores de rápido crescimento, com um aumento de 14% em 2019, de acordo com a Organização Coreana de Turismo. Embora o número de turistas chineses tenha caído drasticamente nos últimos anos devido à proibição de viagens de Pequim, que ainda não foi totalmente revogada. Desde 2020, o pais espera que as fronteiras mundiais se abram novamente para o comércio internacional.
A atividade econômica global vive uma desaceleração geral e mais acentuada do que o esperado, com inflação acima da observada em várias décadas. A crise do custo de vida, o aperto das condições financeiras na maioria das regiões, a invasão russa da Ucrânia e a persistente pandemia de COVID-19 pesam muito nas perspectivas. Prevê-se que o crescimento global desacelere de 6,0% em 2021 para 3,2% em 2022 e 2,7% em 2023, o perfil de crescimento mais fraco desde 2001, exceto pela crise financeira global e a fase crítica da pandemia de COVID-19. Prevê-se que a inflação global suba de 4,7% em 2021 para 8,8% em 2022, mas caia para 6,5% em 2023 e para 4,1% em 2024 (Fundo Monetário Internacional - FMI, 2023). O impacto dos eventos mundiais de 2022 parece ter afetado os dois lados da maioria dos setores e mercados neste país pelo terceiro ano consecutivo - as interrupções na demanda esbarrando nos problemas de oferta - tornando as perspectivas de curto prazo incertas para a agricultura, indústria e setores de serviço.
Divisão da atividade econômica por setor | Agricultura | Indústria | Serviços |
Emprego por setor (em % do emprego total) | 5,3 | 24,6 | 70,0 |
Valor agregado (em % do PIB) | 1,6 | 31,8 | 58,2 |
Valor agregado (crescimento anual em %) | -1,3 | 1,2 | 4,2 |
Fonte: World Bank, Últimos dados disponíveis. Devido ao arredondamento, a soma das percentagens pode ser superior / inferior a 100%.
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O indicador de liberdade económica mede dez componentes da liberdade económica, divididos em quatro grandes categorias: a regra de direiro (direitos de propriedade, nível de corrupção); O papel do Estado (a liberdade fiscal, as despesas do governo); A eficácia das regulamentações (a liberdade de inciativa, a liberdade do trabalho, a liberdade monetária); A abertura dos mercados (a liberdade comercial, a liberdade de investimento e a liberdade financeira). Cada um destes dez componentes é medido numa escala de 0 a 100. A nota global do país é uma média das notas dos 10 componentes.}}
O ranking de ambiente de negócios mede a qualidade ou a atratividade do ambiente de negócios nos 82 países abrangidos pelas previsões do The Economist. Este indicador é definido pela análise de 10 critérios: o ambiente político, o ambiente macroeconômico, as oportunidades de negócios, as políticas no que diz respeito a livre iniciativa e concorrência, as políticas no que diz respeito ao investimento estrangeiro, o comércio exterior e o controle do câmbio, a carga tributária, o financiamento de projetos, o mercado de trabalho e a qualidade das infraestruturas.
Fonte: The Economist Intelligence Unit - Business Environment Rankings 2021-2025
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Últimas atualizações em Outubro 2023